Fomos exemplarmente felizes.
Choramos, sorrimos, gritamos e
cantamos quando foi preciso e também
quando não foi.
Soubemos quebrar as nossas próprias
regras para facilitar uma convivência
que se tornou amizades irrevogáveis
durante esses anos.
Longos e inesquecíveis anos.
Aprendemos o quão é divertido a
simplicidade de subir a BR para
comer pão no comércio lá de cima,
estávamos juntos e não importava
mais nada.
Sacrificamos nossa vergonha
cantando "balão mágico" no fundo
do ônibus e fomos taxados de
"baixinhos da Xuxa", mas hoje
vemos que todo esse "ilariê" valeu
a pena e repetiríamos tudo outra vez,
só para ter o prazer de esbanjar que
fomos "malucos beleza" durante
nosso convívio.
Cair na nascente, fazer o jornal
"Os Dementes", ou então,
gritar: - "Esqueci o meu chinelo,
motorista, para o ônibus",
tudo em prol de alegrias momentâneas e
marcantes que hoje são lembradas
sob lençóis de risos.
Aprendemos que é preciso perdoar
a pior das barbáries e incentivar os
mais raros sorrisos.
Foi uma luta constante, mas nos
abraçamos a casa batalha vencida.
O primeiro almoço, a primeira impressão,
o primeiro olhar fraterno, a primeira mão
estendida ao cair.
Isso, só os loucos sabem.
Somos loucos, porque todos ficaram
em absoluto silêncio quando a coordenação
foi perguntar quem teve a audácia e a petulância
de quebrar o vidro da sala.
Obrigado, jamais esquecerei.
Os passatempos exercidos jogando volley
na areia e também rouba-bandeira.
Os zeros em suíno, as reivindicações
contra a violência.
Tudo isso foi bem, bem gostoso.
As decepções e os abraços de reconciliação.
As nossas vitórias na quadra.
Somos loucos.
Somos loucos, porque soubemos
puxar a orelha quando o uno já
estava se tornando a aula preferida.
Mas lembrem-se que não soubemos aproveitar
a chance de melhor pesca do ano. (Saudações
ao professor Marcondes).
Só nós sabemos o que é ter um zoológico
em sala. Castor, rato, capivara, jumento, coruja,
macaca. Tudo foi e está sendo inesquecível.
Torço para que não mudemos e
para que tudo seja perpétuo.
Porque logo nos veremos e sorriremos abraçados
de todos esses fatos verídicos e vividos
pela turma 33-2010 do IFMA - Maracanã.
E se um dia os outros lembrarem de nós e
tentarem descobrir o segredo de tantas declarações,
amores, abraços, sorrisos e confusões.
Desistam.
Só os loucos sabem.
Epílogo
Saibam que não deixarão saudade, porque
jamais daremos espaço para ela.
Obrigado, por tudo.
" Se chorei ou se sorri, o importante é
que emoções a gente viviu" . (risos)
João Victor Silper
16.12.2010