O mais provável.

seja bem-vindo(a).
Espero que pense que sou um anjo indefeso e sem
armas emocionais. Apenas declare o que sente. Respeitar ? isso só depende de nós. ah! não vou falar de mim, eu não me entendo. O mais provável é que tire suas próprias conclusões, não esqueça de postá-las, adorarei incluir você no meu mundo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Série: PECADOS, doces pecados. "Viver sem acordar".

O sistema parou. Cansou.
A vida cansou, o mar cansou,
a cidade, o trem, a mão, 
o cérebro cansou.
E nos restou a acomodação. E
dessa não hesitaríamos em usufruir com
império.
Se cansamos de amar.
Se cansamos de andar, sorrir e
chorar, então deixar-nos ser tomado
pela preguiça.
Se o mundo pode ser fútil,
eu tenho o direito de ser inútil, de
viver sem acordar.
Cansar a mente sem ao menos
exercitá-la.
Enquanto o sistema e o trem param, a existência
do seu mundo se compromete, mas irei dormir,
assim não precisarei ouvi o bombardeio nuclear.
Fingi que acordei.
Amei sem beijar.
E vou dormir, assim posso me resolver e
me tirar do eixo.
Não irei fugir, ficarei aqui, mas não me acorde,
estou sonhando.
A mão cansou,
a vida parou e
o trem andou matando o capricho e levando 
a diligência juntamente com minha utilidade, enquanto
o cérebro morre, a cidade desaba e eu aqui, dormindo
sem nem me preocupar.


Epílogo
Esse texto não está tão
divertido como prometi que ia
ser essa série, mas é que eu 
estava com preguiça. Ai, sacomené ?


João Victor Silper
25.01.2011


A série PECADOS, DOCES PECADOS.
É uma série textual que vem abordar um lado mais ameno
ou prazeroso dos sete pecados capitais.
Afunde nesse rio proibido e
leia também:

domingo, 23 de janeiro de 2011

A esperança no cais.




Eu estou aqui para rir.
Observar as explosões espaciais e
gargalhar pelas estrelas que irão surgir.
Ver o hoje acabar catastroficamente e dormir
com a certeza do amanhã ensolarado.
Amar o vazio, sorrateiramente, ao menos
sabendo que ali há uma matéria que me
fortalece.
Olhar o morrer da borboleta, 
mas entender que ela só tem um dia
do privilégio da vida, enquanto outras nascem
no crepúsculo do sol que não apareceu.
Entender a complexidade existente
na fertilidade das nuvens  e na esterilidade
do solo.
Chorar pela chuva devastadora que 
teimosamente insiste
entrar por janelas inocentes e depois
do abraço de pálpebras encharcadas  
perceber o sorriso de vitórias tão almejadas.
Secar o barro com as lágrimas piedosas das
perdas irreparáveis.
Vou ri para que camufle o sofrimento
estampado em inúmeros lábios e
proclamar o silêncio para aqueles que
procuram descansar em paz.
As minhas mãos atadas, o café na xícara, 
as lápides na TV e a minha esperança em
chagas morrendo no cais a espera de
um barco que se foi na neblina.
E ele não irá voltar.

Epílogo
Reservo esse espaço para agradecer
a todos que me deram força e declararam
saudades, eu também estava sentindo muita falta.
E também às pessoas que ao longo desse
novo ano não tenham nenhum motivo 
para festejar. Vítimas, sobreviventes, familiares do 
maior ataque natural registrado no Brasil,
os meus sentimentos para o Rio.
Obrigado a todos !

João Victor Silper
23.01.11