A busca ao 'grad finale'. O poder do prazer. ||classificação:12anos.

O toque inicial que é descrito como o

ponto de entrega.

As mãos se unido, os calores mesclando-se,

o cheiro que atordoa o consciente, obrigando o cérebro

entrar em uma estável paranoia.

Os corpos instintivamente mutando-se e

agoniando num êxtase contínuo, como o sol no deserto,

e a asserção dos movimentos que eventualmente fluem.

E como numa necessidade incontrolável se despem com

Uma maestria incrível.

As mãos apalpando o ser envolvente numa coreografia

espontânea, onde nada mais importa ao não ser a áurea vermelha

que os envolvem para proteger o foco libidal.

Os movimentadores transformando-se em um único indivíduo,

que não podem se verem sem carícias e puxões de cabelos apaixonados.

E num momento se vêem tomados por um

predador extasiado com atitudes instintivas de se comerem.

E depois, agora com coreografias ensaiadas que vão se explicitando,

sentem-se fundir.

Sensações momentâneas agourando o subconsciente com

a necessidade obrigatória de chegar ao gran finale ao mesmo tempo

em que sussurros invadem o aposento -se houver-, 

para atiçar o momento apical sem se importarem,

nesse instante, se são dominados ou se dominam.

Então se vêem ao topo da pirâmide, querendo chegar ao céu e

descobrem o quanto intenso é o poder do prazer; num piscar

de instantes se encontram numa literal melação junto 

com uma descoberta libertina,

e logo como uma força ocasional, se beijam de uma forma histórica e

com o abraço do caráter “quero bis”, finalizam e se deitam numa

sincronia perfeita apenas para que os olhares se encontrem e numa

explosão repentina inicia tudo outra vez, agora

com mais intensidade.

João Victor Silper

imagem: Paulla Dória

29-08-10