A vida cansou, o mar cansou,
a cidade, o trem, a mão,
o cérebro cansou.
E nos restou a acomodação. E
dessa não hesitaríamos em usufruir com
império.
Se cansamos de amar.
Se cansamos de andar, sorrir e
chorar, então deixar-nos ser tomado
pela preguiça.
Se o mundo pode ser fútil,
eu tenho o direito de ser inútil, de
viver sem acordar.
Cansar a mente sem ao menos
exercitá-la.
Enquanto o sistema e o trem param, a existência
do seu mundo se compromete, mas irei dormir,
assim não precisarei ouvi o bombardeio nuclear.
Fingi que acordei.
Amei sem beijar.
E vou dormir, assim posso me resolver e
me tirar do eixo.
Não irei fugir, ficarei aqui, mas não me acorde,
estou sonhando.
A mão cansou,
a vida parou e
o trem andou matando o capricho e levando
a diligência juntamente com minha utilidade, enquanto
o cérebro morre, a cidade desaba e eu aqui, dormindo
sem nem me preocupar.
Epílogo
Esse texto não está tão
divertido como prometi que ia
ser essa série, mas é que eu
estava com preguiça. Ai, sacomené ?
João Victor Silper
25.01.2011
A série PECADOS, DOCES PECADOS.
É uma série textual que vem abordar um lado mais ameno
ou prazeroso dos sete pecados capitais.
Afunde nesse rio proibido e
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